Sinto-me rejeitado. Como se fosse um cão sujo, sem valor. Descubro aos poucos, o que aumenta a dor. Não estou próximo de quem deveria estar e sinto-me abandonado por quem eu amo. Está difícil distinguir quem eu devo prezar, uma vez que me sinto fraco e subjulgado.
Sinto-me abandonado pelas mulheres que amo e amei. Uma rendeu-se aos braços daquele que entoou mais belas melodias do que jamais escrevi. Outra rendeu-se aos encantos daquele que foi mais galante do que jamais fui. Mais uma rendeu-se às belezas daquele mais belo que eu. A última rendeu-se ao apoio daquele o qual jamais consegui ser.
Sou abandonado pelo amor. Deixa, ele, brotar a insania e o desejo mortal.
Fui abandonado pelos meus pensamentos, os quais sempre estiveram comigo fazendo-me fluir. Agora não mais. Não viajo para outros planos, vivo num mundo seco, cruel e destituido.
Sinto me abandonado por mim. Como se houvesse desistido de ser eu. Como se cansado estivesse dessa casca que me prende à este mundo. Sinto o peso do pecado e do erro, que, constantemente, cometo.
Queria voar novamente, sentir a brisa leve me erguer e jogar num céu branco, azul e amarelo o meu ser. Queria correr nos campos de trigo, sentir o toque suave em minha pele.
Queria deitar na grama e passar horas pensando em nada...
Queria que ela me amasse...
Queria que ela estivesse aqui...
Queria o simples, queria o puro...
Queria viver...
Mas se não sei o que é viver, como posso desejar tanto?
Com a solidão vem a loucura...
E o desejo mórbido de se libertar...
Um dia serei um pássaro, mas não agora.
Não ainda...
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